Em demasia…o calor era insuportável. Eu e o meu fiel felino suamos tanto, mas tanto, que o nosso cheiro intolerável do suor formou uma mini atmosfera a nossa volta, que nos protegia do calor que aumentava cada vez mais, e dos horríveis raios ultravenianos vindos de Vénus. Foi uma terrível aventura, pois encontrávamo-nos mesmo no meio da guerra civil dos átomos (esta que existe há mais de duzentos anos, pois os nitrogénios em tempos antigos, pregaram uma partida aos átomos de oxigénio, roubando-lhes as sanitas.). Para onde quer que nos virássemos, encontrávamos sempre um átomo de oxigénio e outro de nitrogénio a tentarem-se matar das maneiras mais horrendas possíveis.
Até que chegamos ao topo da termoesfera. Que grandiosa camada esta era! Milhões e milhões de partículas vivam as suas vidas em paz. Podia-se observar moléculas a beijarem-se, a fazerem compras, a passearem as suas moléculas bebes, etc. O ambiente era tão harmonioso e agradável, que era como se tivéssemos no céu.
Deixei o meu felino descansar em cima de uma nuvem moldada em forma de nenúfar, e caminhei de nuvem em nuvem, em direcção ao Deus supremo de tudo, Zeus. Este encontrava-se no seu jacuzzi particular de água fria, a comer raios provenientes do rabo dele.
Pedi se me poderia vender uns quantos raios vindos do seu rabo (cujos puderes eram magníficos), e este respondeu que, com muito agrado, dar-los-ia gratuitamente. Dizendo depois que como a viagem parecia ter sido bastante cansativa, que nos deixava passar a noite, no conforto do hotel nuvel.
Radiante da vida, fui buscar o meu felino e caminhamos para o hotel. Era unicamente feito de nuvens. Mas estas nuvens eram amarelas, parecia que alguém tinha urinado para lá. Como ainda tínhamos a nossa bolha a protegermo-nos do calor, as primeiras impressões com os restantes dos convidados no hotel, como podem esperar, foram estranhas, no entanto, isso não importa nada para a história. Mal cheguei a minha cama feita de nuvens, adormeci.
Até que, acordo a meio da noite, com um barulho estranho de alguém a babar-se. Olhei para debaixo da cama, e era um duende! Um duende com dois cabelos e olhos no canto da boca, e de tamanho de um canivete! Mas não deixava de ser um duende! Este encontrava-se a comer os meus sapatos, com tal apetite… como se tratasse de lasanha. Não sabendo bem como, começamos a conversar sobre o ambiente e a crise económica, dando por mim a citar frases de Plutão e Aristóteles, e discutindo sobre os governos. Conversa, puxa conversa, e descobri que ele andava numa busca do ‘homem com a bisnaga’. Aí, petrifiquei. Teria, este duende, alguma influência na minha demanda? Apalpei o meu bolso direito, como que um acto involuntário, e pude sentir a bisnaga que antes de sair de casa coloquei dentro do meu casaco (que é parecido ao do mourinho). O duende não falou. Ficamos assim. Espantados um com o outro. Até que o pequeno retirou um saco de rebuçados apastigados de sabor a maça de cogumelos de morango e chantilly azuis e passou-o para as minhas mãos. Ninguém teve coragem para dizer o que quer que fosse. Repentinamente, o duende começou a encolher-se, tanto, mas tanto, ao ponto de desaparecer. E eu, eu caí nesse momento, ficando estendido na cama.
2 comentários:
Stupidity Can Kill :-)
surprise! i'm already dead. ^^
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